Pr. Idenilton Barbosa
Semana
passada, tripulantes de um navio com bandeira de Malta encontraram no interior
da embarcação um camaronês que viajava clandestinamente. Depois de mantê-lo
preso por alguns dias, resolveram lançá-lo ao mar, em um “estrado de madeira, onde mal cabe uma pessoa, amarrado
a alguns galões, que deveriam auxiliar na flutuação. Para se orientar, ele
tinha apenas uma lanterna. O africano passou 12 horas nessa situação, sem
colete salva-vidas e sem remos” (g1.globo.com/jornal-nacional),
até ser resgatado por um navio chileno a 13 quilômetros do porto de Paranaguá,
PR.
Pensei
em como muitas vezes somos cruéis e ineficazes na tentativa de solucionar
nossos problemas. À semelhança dos tripulantes daquele navio, em nosso egoísmo,
além de não encontrarmos uma saída adequada em meio às dificuldades, muitas
vezes sacrificamos o nosso próximo, inclusive pessoas queridas. Nosso desafio é
vencer os problemas e conservar a vida. Nossa tarefa é garantir a integridade
física, emocional e espiritual da família e de todas as pessoas que nos cercam,
enquanto administramos as dificuldades de modo positivo.
Como
acontece em relação a todas as outras questões da vida, nessa também Jesus é o
nosso exemplo por excelência. A multidão está com fome? Nada de mandá-la
embora, vagueando. Vamos alimentá-la! (Mt 14.13-21). A mulher foi apanhada em
adultério? Nada de apedrejá-la impiedosamente. Nada de usar a miséria alheia
para encobrir as próprias mazelas. Nada de achar que o pecado dela é maior que
o meu. Nada de condenar o pecador. Vamos resgatá-lo! (João 8.1-11) Enquanto
isso, recorramos à misericórdia de Deus, para sermos resgatados dos nossos
próprios pecados todos os dias (I João 1.5-2.2).
A separação, na
maioria das vezes, não é a melhor saída para os problemas conjugais. Colocar
para fora de casa uma filha que engravidou antes de casar, não lhe ensinará a
ser santa e lhe fará duvidar do valor da família. Jogar um dependente químico
no olho da rua não o curará e tirará de seus pais a oportunidade de se tratarem
também. Às vezes, as rupturas parecem inevitáveis, mas não nos apressemos a
adotá-las. As causas reais dos problemas precisam ser identificadas, medidas
efetivamente e essencialmente boas adotadas, além, e sobretudo, da necessidade
de se buscar permanentemente a orientação divina (Tiago 1.5). Os problemas
precisam ser resolvidos, à medida que aprendemos com eles e, definitivamente,
nos livrar das pessoas envolvidas não é a saída.

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