segunda-feira, 16 de julho de 2012

PESCADORES SEM PEIXE

A propósito da nossa missão, resumida na palavra PESCA, há uma reflexão muito conhecida a respeito do assunto intitulada "A PARÁBOLA DOS PESCADORES SEM PEIXE" veiculada em vários sites cristãos em duas formas diferentes, embora muito parecidas. Uma mais extensa da autoria de João M. Drescher e outra mais sucinta de autor desconhecido. Para alcançar tanto os leitores afeitos a textos mais longos, como àqueles que preferem os mais breves, transcrevemos neste espaço as duas versões. Até que ponto temos cumprido o chamado que nos foi feito por Jesus: "Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens" (Marcos 1.17)? Reflitamos e nos posicionemos:

A parábola dos pescadores sem peixes
Autor desconhecido
Era uma Associação de Pescadores, que viviam no meio de rios e lagos, cheios de peixes famintos. Eles se reuniam regularmente para discutir sobre o chamado para pescar, a abundância de peixe e a emoção de pegar peixes. Ficavam muito animados com o assunto da pescaria.
Alguém sugeriu que o grupo precisava de uma filosofia de pesca. Assim, cuidadosamente, definiram e redefiniram a pesca e o propósito da pescaria. Desenvolveram estratégias e táticas. De repente perceberam que haviam começado de trás para frente – haviam se interessado pela pescaria do ponto de vista do pescador, e não do ponto de vista do peixe. Como o peixe vê o mundo? Como vê o pescador? O que e quando o peixe come? Era importante entender essas coisas. Por isso, iniciaram estudos e pesquisas. Participaram de conferências sobre a pescaria. Muitos viajaram a lugares longínquos para estudar diferentes tipos de peixes, com diferentes hábitos. Alguns obtiveram Ph.D. em piscicultura.
Contudo, ninguém havia ido pescar. Formou-se, então, um comitê para enviar pescadores. Havia muito mais lugares propícios para pescar do que pescadores. Por isso, o comitê precisava determinar prioridades. A lista de prioridades foi colocada em quadros de avisos em todos os salões da Associação.
Mas, como antes, ninguém estava pescando ainda. Foi feita uma pesquisa para saber por quê. A maioria não respondeu ao questionário, mas, entre os que responderam, descobriu-se que alguns se sentiam chamados para estudar a pesca, outros para fornecer equipamentos de pesca e outros, ainda, para encorajar os pescadores. E, com tantas reuniões, conferências e seminários, simplesmente não tiveram tempo para pescar.
Jacó era novato na Associação de Pescadores. Depois de uma reunião muito animada, ele foi pescar. Fez algumas tentativas, pegou o jeito e conseguiu pegar um lindo peixe! Na reunião seguinte, ele contou sua história e foi elogiado pelo sucesso. Acabou sendo convidado para falar em todos os núcleos da Associação e contar como havia sido a sua pescaria. Assim, com tantos compromissos e por ter sido eleito para a diretoria da Associação, Jacó nunca mais teve tempo para pescar.
No entanto, não demorou muito e ele começou a se sentir intranqüilo e vazio. Teve saudades da pesca propriamente dita, de sentir o puxão no anzol. Assim, decidiu deixar a diretoria da Associação, bem como os demais compromissos com os núcleos, e convidou um amigo para ir pescar com ele. Os dois foram – sozinhos – e pegaram peixes.
Os membros da Associação de Pescadores eram muitos e os peixes eram abundantes. Mas os pescadores continuavam sendo muito poucos.


Tradução de Antonia Leonora van der Meer.


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A Parábola do Pescador Sem Peixes

Por João M. Drescher

ALGUÉM É PESCADOR SE, ANO APÓS ANO, NÃO PEGA UM PEIXE?

Acontece que existe um grupo que se intitula "pescadores". E note, também existem muitos peixes nas águas por aí. De fato, toda a área está cercada de rios e lagos cheios de peixe. E os peixes estão famintos. Semana após semana, mês após mês e ano após ano, esses homens que se dizem pescadores encontram-se em reuniões e falam a respeito de sua chamada para serem pescadores, da abundância de peixe e de como devem ir à pescaria.

Ano após ano, cuidadosamente eles definem o que significa "pescar", defendendo a pescaria como ocupação e declarando que a pescaria sempre deve ser a tarefa prioritária do pescador.
Continuamente, buscam novos e melhores métodos de pescar e novas e melhores definições de "pesca".

Além disso dizem, "A indústria pesqueira está para a pesca assim como o fogo para a queimada".
Amam slogans como "Pescar é dever de todo pescador", "Todo homem é um pescador". Promovem reuniões especiais chamadas "Campanhas de Pescadores" e "O mês do pescador pescar".

Promovem congressos nacionais e mundiais para discutirem sobre pesca, para promoverem pescas e ouvirem a respeito de todos os modos de se pescar, bem como sobre os novos equipamentos, sobre os "chamados" para pescar e se algum novo pesqueiro foi descoberto.

Esses pescadores constroem edifícios grandes e belos, chamados "Quartéis de Pesca". A justificativa é que todos devem ser pescadores e todo pescador deve pescar. Uma coisa, porém, não fazem: eles não pescam!

Ainda mais, para as reuniões regulares, organizam um conselho para enviar pescadores a outros lugares onde existem muitos peixes.

Todos os pescadores parecem concordar com o fato de que o que é preciso é um Conselho que seja capaz de desafiar os pescadores a se manterem fiéis à pesca.

O Conselho seria formado por aqueles que tem grande visão e coragem para falar sobre pesca, para defini-la e de promoverem a idéia de se pescar em rios distantes e lagos onde muitos peixes de cores variadas vivem.

O Conselho também contrata equipes, indica comitês e mantém várias reuniões para definir e defender a pesca e para decidir quais novos rios devem ser analisados. Mas, os membros das equipes e comitês não pescam.

Grandes, elaborados e dispendiosos centros de treinamento são construídos com o objetivo primeiro de ensinar pescadores a pescar.

Anos a fio, oferecem cursos onde se estudam as necessidades do peixe, sua natureza, onde encontrá-lo, suas reações psicológicas, como se aproximar e alimentar o peixe.

Aqueles que ensinam têm doutorados em Psicologia. Mas, os professores não pescam. Apenas ensinam a pescar. Ano após ano, depois de um treinamento cansativo, muitos se formam e recebem sua licença de pescadores. São enviados a pescas de tempo integral, alguns em águas distantes e cheias de peixes.

Alguns despendem muito estudo e viagens para aprender a história da pesca e para ver os lugares onde os primeiros pais fizeram grandes pescas nos séculos passados. Eles enaltecem os feitos dos pescadores daqueles anos, que lançaram a idéia da pesca.

Além disso, os pescadores constroem grandes casas publicadoras para imprimirem guias de pesca. Prensas são mantidas ocupadas dia e noite para produzir material exclusivamente dedicado a métodos de pescas, equipamentos e programas de como organizar e encorajar reuniões para falar a respeito de pesca. Também se providencia um serviço de oradores para escalar oradores especiais sobre pesca.

Muitos que sentem o chamado para serem pescadores respondem. São comissionados e enviados para pescar. Mas, como os pescadores que ficam em casa, nunca pescam. Como os pescadores que ficam em casa, envolvem-se em todo tipo de ocupações. Constroem poderosas instalações para bombar água para pescar e tratores para sulcar novas correntes de água.

Fazem todo tipo de equipamento para viajar por todo lado para procurar peixes. Alguns até dizem que gostariam de fazer parte da Festa da Pesca, mas sentem-se chamados a fazer equipamentos de pesca.

Outros sentem que seu trabalho é se relacionar com o peixe para que ele saiba qual é o bom e o mau pescador.

Outros sentem que simplesmente deixar que o peixe saiba o quanto são gentis, bons vizinhos, o quanto amáveis e bondosos são, é o suficiente.

Depois de uma animada reunião sobre "A necessidade do pescador", um jovem saiu e foi pescar.
No dia seguinte relatou haver pescado dois peixes. Foi homenageado por sua excelente pescaria e escalado para comparecer numa das reuniões maiores para contar como havia feito isso.

Assim, ele interrompeu sua pescaria para ter tempo de contar sua experiência aos outros pescadores. Foi também colocado no Quadro Geral de Pescadores como pessoa de considerável experiência.

É verdade que muitos pescadores se sacrificam e colocam de lado todo tipo de dificuldade.
Alguns moram perto da água e suportam o cheiro de peixe morto todo dia. São ridicularizados por alguns que fazem piadas com seus clubes de pescadores e com o fato de se chamarem pescadores sem nunca terem pescado.

Preocupam-se com aqueles que acham inútil assistir reuniões semanais para falar a respeito de pesca.

Afinal de contas, não estão eles seguindo o Mestre que disse: "Sigam-me e eu os farei pescadores de homens?"

Imaginem o quão ofendido se sente alguém quando um dia uma pessoa sugeriu que aqueles que não pegam peixe não são realmente pescadores, não importando o que afirmem ser.

Pergunta: Alguém é pescador se, ano após ano, nunca pega um peixe? Alguém está seguindo a Jesus se não está pescando?

Espero que esta não seja a parábola que descreva o nosso ministério!

Fonte: Sepal  http://www.lideranca.org/cgi-bin/index.cgi?&action=

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