sábado, 25 de agosto de 2012

IGREJA: SER E PERTENCER

Pr. Ed René Kivitz
Os resultados do Censo Demográfico 2010 mostram o crescimento da diversidade dos grupos religiosos no Brasil. O crescimento da população evangélica, que passou de 15,4% em 2000 para 22,2% em 2010, foi um dos destaques do cenário religioso. A pesquisa indica também o aumento dos que se declararam sem religião, que chegam a 8%, ou 14 milhões de pessoas. O fato curioso foi que número de evangélicos que não mantêm vínculo com nenhuma igreja cresceu. Segundo o IBGE, passaram de 4% do total de evangélicos em 2003 para 14% em 2009, somando agora 5,4 milhões de pessoas. Parece que vivemos dias quando o velho ditado “Cristo, sim, Igreja não”, embora uma contradição de termos, volta a ganhar popularidade.

A palavra grega “ekklesia”, traduzida como “igreja”, aparece 114 vezes no Novo Testamento. Destas, 5 vezes indicam o que alguns teólogos chamam de “igreja universal”, o corpo de Cristo que reúne todo o povo de Deus na história, desde Abraão aos nossos dias; 95 vezes fazem referência à igreja local (que está em Corinto, na casa de Áquila e Priscila, por exemplo); outras 9 vezes, em Efésios, que podem referir os dois sentidos, tanto universal quanto local; eoutras 5 vezes sem qualquer sentido religioso. Isso significa que as referências do Novo Testamento à igreja,é quase totalmente no sentido de uma comunidade cristã localizada no tempo e no espaço, a comunhão histórica de cristãos de determinada região.

Isso faz sentido, pois o exercício de viver em comunidade se constitui não apenas um dos maiores desafios para todas as gerações de cristãos, como também e principalmente indica a essência do propósito de deus revelado em Jesus Cristo. Podemos construir a compreesnão do significado e revelevância da expressão “igreja: ser e pertencer” a partir de seis eventos narrados na Bíblia: a criação do homem, a Torre de Babel, o chamado de Abraão, o advento de Jesus Cristo, o Pentecoste, e a visão do louvor ao Cordeiro no Apocalipse.

Quando Deus criou o homem à sua imagem e semelhança, os criou macho e fêmea destinados a expressar o relacionamento da Santíssima Trindade, isto é, a viverem uma “unidade plural”, pois são três as pessoas, mas um único Deus. Adão considera Eva uma expressão de si mesmo: “osso dos meus ossos e carne da minha carne”, sendo, na verdade, duas as pessoas, mas uma só carne (Gênesis 1.26,27; 2.18-25).

A história da Torre de Babel registra o surgimento das nações – antes, um só povo com uma só língua, isto é, uma unidade plural, agora, muitas etnias, espalhadas por toda a terra (Gênesis 11.1-9). Mas Deus continua a insistir no seu propósito eterno para a raça humana, a saber, criar para si mesmo uma outra “unidade plural”, expressão de sua imageme e semelhança, com quem repartir sua comunhão de amor. Essa é a razão porque chama Abraão, com a promessa de fazer de sua descendência uma só nação, para sejam abençoadas todas a famílias da terra (Gênsis 12.1-3).

A descendência de Abraão é Jesus Cristo (Gálatas 3.16), que com seu sangue comprou homens e mulheres de todas as raças, tribos, línguas e nações, e fez deles um só reino (Apocalipse 5.9,10). Por isso é que o apóstolo Paulo diz que “os que são da fé (no Cristo) é que são filhos de Abrãao” (Gálatas 3.7), pois são estes os que receberam o Espírito Santo, derramado sobre toda a carne, isto é, sobre todas as famílias da terra, no dia do Pentecoste (Atos 2.17; Gálatas 3.14).

O Pentecoste é o oposto de Babel. A obra de Jesus Cristo, descendente de Abraão, possibilita o derramar do Espírito Santo de Deus sobre todos os povos, para que a unidade da raça humana seja restaurada e se cumpra o eterno propósito de Deus: “Ora, assim como o corpo é uma unidade, embora tenha muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, formam um só corpo, assim também com respeito a Cristo. Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito” (1 Coríntios 12:12-13). Assim, “todos vocês são filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus, pois os que em Cristo foram batizados, de Cristo se revestiram. Não há judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher; pois todos são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão” (Gálatas 3:26-29).

A conversão a Cristo, portanto, implica necessariamente a conversão ao próximo, e o comprometimento com o propósito eterno de Deus de criar para si um povo que expresse sua imagem e semelhança, isto é, seja uma unidade plural, que reflete em sua fraternidade universal a comunhão de amor que existe eternamente nas três pessoas divinas: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito. Essa foi a oração de Jesus: “Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste” (João 17:20-23).

Igreja: ser e pertencer. Cristo sim, Igreja sim. Pois é na comunidade dos cristãos que o sonho do Cristo se torna visível.

Pr. Ed René Kivitz
Pastor da Igreja Batista da Água Branca, SP
Publicado originalmente em http://edrenekivitz.com/blog/

TELA CRENTE

PRÓXIMO SÁBADO, 1º DE SETEMBRO!



NUM MUNDO DE DISPUTAS PELO PODER CUJAS ARMAS 

SÃO A INFORMAÇÃO, A FORÇA E O DINHEIRO,

DESCUBRA

"O PODER DA GRAÇA"



Dos mesmos criadores de “Fireproof” (A Prova de Fogo), "O PODER DA GRAÇA" é uma poderosa história sobre perdão com a violência de policiais ao lidar com o crime. O filme conta a história de Mac, que, ao perder o filho em um acidente, sente raiva de Deus e de todos os outros, guardando amargura e dor por 17 anos.
Ele deve unir forças com seu colega de patrulha
para superar suas diferenças para ajudar um ao outro.


JUNTE SEUS AMIGOS E VENHAM ASSISTIR

“O PODER DA GRAÇA”


DATA: Sábado, 01/09/2012
HORÁRIO: 19h00
LOCAL: Igreja Batista do Costa Azul
Rua Professora Maria Helena Fonseca, 129-B, Costa Azul
Rua da Igreja fica em frente à passarela do Parque Costa Azul.
Informações: Ligue (71) 8798-9623



ENTRADA GRATUITA!


IGREJA BATISTA DO COSTA AZUL
Um lugar para adorar

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

ESTUDANTE EM CENA


















O DIA DO ESTUDANTE COMEMORADO COM ARTE, CULTURA E DIVERSIDADE, NO ESPAÇO DO SABER.

PARTICIPAÇÕES: Banda IBCAzul, Grupo de Coreografia IBCAzul, Grupo Teatral PIB do Lobato e Grupo de Coreografia PIB do Lobato.

NESTE SÁBADO, 11 DE AGOSTO, ÀS 19H30,
NO COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ TOBIAS NETO, NO BAIRRO DO COSTA AZUL.
ENTRADA FRANCA!

REALIZAÇÃO:
IGREJA BATISTA DO COSTA AZUL
Aqui você adora

domingo, 5 de agosto de 2012

"EU TENHO UM SONHO"


Nestes tempos, em que verifica-se a necessidade de reafirmação dos ideais de liberdade, diante das várias faces da injustiça social, publicamos o famoso discurso do pastor batista Martin Luther King, a partir da postagem do professor e pastor Irenilson de Jesus Barbosa, veiculada em seu blog Poiésis do Irê.


"EU TENHO UM SONHO"
Martin Luther King Jr.

Em um dos mais célebres momentos da luta pelos direitos civis, nos EUA (a marcha de Washington. 28 de agosto, 1963), o meu colega pastor batista e irmão em Cristo, posteriormente agraciado com o Nobel da Paz (em 1964),  Martin Luther King Jr, fez um dos mais memoráveis discursos já vistos e ouvidos pela humanidade. Uma das grandes personalidades do século XX, ele organizou e liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Vale a pena reler e refletir sobre suas inspiradas e inspiradoras palavras, especialmente dedicadas aos que amam a causa da liberdade em todas as suas faces. EU também TENHO UM SONHO... depois de ler o discurso na íntegra, abaixo, confira o vídeo com o áudio original: http://www.youtube.com/watch?v=HbQC9ikiKlI (1ª parte) e http://www.youtube.com/watch?v=dnQ0RtYffwc (2ª parte). Você não pode deixar de ver...




"Eu estou contente em unir-me com vocês no dia que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.


Cem anos atrás, um grande americano, na qual estamos sob sua simbólica sombra, assinou a Proclamação de Emancipação. Esse importante decreto veio como um grande farol de esperança para milhões de escravos negros que tinham murchados nas chamas da injustiça. Ele veio como uma alvorada para terminar a longa noite de seus cativeiros.


Mas cem anos depois, o Negro ainda não é livre. Cem anos depois, a vida do Negro ainda é tristemente inválida pelas algemas da segregação e as cadeias de discriminação.


Cem anos depois, o Negro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. Cem anos depois, o Negro ainda adoece nos cantos da sociedade americana e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, nós viemos aqui hoje para dramatizar sua vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos à capital de nossa nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da Independência, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo americano seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os homens, sim, os homens negros, como também os homens brancos, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade. Hoje é óbvio que aquela América não apresentou esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, a América deu para o povo negro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".

Mas nós nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.

Nós também viemos para recordar à América dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo.
Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas de democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da segregação ao caminho iluminado pelo sol da justiça racial.
Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para a nação negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos Negros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 1963 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que o Negro agora estará contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre.

Mas há algo que eu tenho que dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à comunidade negra que não devemos ter uma desconfiança para com todas as pessoas brancas, para muitos de nossos irmãos brancos, como comprovamos pela presença deles aqui hoje, vieram entender que o destino deles é amarrado ao nosso destino. Eles vieram perceber que a liberdade deles é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar só.

E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para os devotos dos direitos civis, "Quando vocês estarão satisfeitos?"

Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o Negro for vítima dos horrores indizíveis da brutalidade policial. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga da viagem, não poderem ter hospedagem nos motéis das estradas e os hotéis das cidades. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um Negro não puder votar no Mississipi e um Negro em Nova Iorque acreditar que ele não tem motivo para votar. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.

Eu não esqueci que alguns de você vieram até aqui após grandes testes e sofrimentos. Alguns de você vieram recentemente de celas estreitas das prisões. Alguns de vocês vieram de áreas onde sua busca pela liberdade lhe deixaram marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade policial. Você são o veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para o Mississippi, voltem para o Alabama, voltem para a Carolina do Sul, voltem para a Geórgia, voltem para Louisiana, voltem para as ruas sujas e guetos de nossas cidades do norte, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixe caiar no vale de desespero.

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho americano.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.

Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,

De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"

E se a América é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário topo da montanha de New Hampshire.

Ouvirei o sino da liberdade nas poderosas montanhas de Nova York.

Ouvirei o sino da liberdade nos engrandecidos Alleghenies da Pennsylvania.

Ouvirei o sino da liberdade nas montanhas cobertas de neve Rockies do Colorado.

Ouvirei o sino da liberdade nas ladeiras curvas da Califórnia.

Mas não é só isso. Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Pedra da Geórgia.

Ouvirei o sino da liberdade na Montanha de Vigilância do Tennessee.

Ouvirei o sino da liberdade em todas as colinas do Mississipi.

Em todas as montanhas, ouvirei o sino da liberdade.

E quando isto acontecer, quando nós permitirmos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."