sábado, 23 de julho de 2011

PASTORAL: Quando Falta o Chão

 QUANDO FALTA O CHÃO

“Quando os fundamentos são destruídos, que pode fazer o justo?” (Salmo 11.3)

Todo mundo sabe que nada pode existir, nem subsistir, sem a base necessária. Nenhuma estrutura consegue sobreviver, quando seu alicerce rui. Nenhum esforço tem razão de ser, sem um fundamento que lhe dê real sentido. Este princípio se aplica a todas as questões da vida, inclusive à existência da própria vida.

A sociedade, como um todo, e as relações interpessoais, em particular, para que valham mesmo a pena, também precisam que seu alicerce seja confiável.  Mesmo sob pena de cair em lugar comum, é preciso reafirmar que o fundamento, a base da sociedade, é a família. A família é chamada de “célula máter”(célula-mãe) da sociedade, não apenas por ser o grupo social que deu origem a todos os relacionamentos humanos, mas, principalmente, eu diria, por ser o núcleo de sustentação de cada indivíduo e da coletividade, em todas as suas dimensões. E este fundamento está em grave crise. Estão tentando destruí-lo desde a sua origem. Vários exemplares da célula-mãe estão mortos e muitos outros estão à beira da ruína. Por isso, a sociedade vai mal.

Não precisamos fazer uma análise muito apurada para constatarmos que todos os males que nos atingem são resultado, de um modo ou de outro, da desestruturação familiar: o surgimento dos múltiplos tipos de drogas, o aumento avassalador de usuários e de traficantes delas, a iniquidade difundida todos os dias pelas muitas mídias que, além de relativizar a ética, inverte os seus mais elementares valores, chamando ao que é bom de mau e dando ao mau status de bom. Estas coisas, e muitas outras, é fruto da falência das relações familiares ou da deturpação delas.

A pergunta do salmista parece ser bastante pertinente hoje. Quando o fundamento é destruído, o que fazer? Há alguma solução para uma civilização que acaba com seu alicerce? Há alguma esperança para uma sociedade que se autodestrói? Como já vimos, à família se aplica a analogia da construção, ao ser comparada a um alicerce, mas também a da biologia, ao ser chamada de célula. Tanto o alicerce, como a vida, se refaz. Há esperança para o lar que aceita ser reconstruído, sarado e, às vezes, ressuscitado. A família é o fundamento da sociedade, mas ela também precisa de seu alicerce. Muitos lares ruíram e foram ao chão, mas o pior é que, na verdade, falta-lhes o chão, falta-lhes aquele que é capaz de devolver-lhes a estrutura, para que sejam usados por Cristo para reconstruir a sociedade.

Ao considerar o quadro de desestruturação que nos cerca e, em alguns casos, nos alcança, somos convocados a deixar que Jesus, nosso fundamento, sare e aperfeiçoe nossa situação familiar, a partir da prática de seus eternos princípios em nossos relacionamentos. Além disso, e como resultado da evidência de sua vida em nossos lares, somos chamados a estabelecer este mesmo alicerce em outras vidas e famílias, devolvendo-lhes o chão.

Em Cristo, seu pastor, Idenilton Barbosa