Pr. Idenilton Barbosa*
Desde a sua
fundação, em 29 de março de 1549, e até mesmo antes, quando ainda era a Vila do
Pereira (perto da Ladeira da Barra), o território soteropolitano é alvo de
disputas. Aliás, um dos motivos para que a coroa portuguesa enviasse Tomé de
Sousa para estabelecer a cidade-fortaleza era justamente o de defender a Baía
de Todos os Santos das constantes ameaças de invasão.
Cosmopolita por natureza e
marcada pela diversidade, Salvador não somente recebeu a influência de
indígenas, portugueses e africanos, no início, e de outros povos,
posteriormente. Além disso, muitas forças arrogam-se de ter os seus domínios e
tentam governá-la. Gerônimo, cantor e compositor baiano, em sua canção de maior
sucesso, afirma que Salvador “É D’Oxum”.
O quase totalmente desconhecido “Hino de
Salvador”, composto por Oswaldo José Leal, em um de seus versos, diz que a
capital baiana é “Terra do Senhor do Bonfim”. À medida que se avizinha a Copa
do Mundo, a cidade vai sendo ocupada pelos interesses econômicos, mais do que
esportivos, da FIFA, que parece apossar-se da terceira maior capital do país.
Numa ocasião
festiva como esta, em que a primeira capital do Brasil comemora seus 465 anos,
considero importante refletirmos e lembrarmos a quem ela pertence, de fato. Ela
é a cidade do Salvador! Não somente por ter sido este o nome que lhe foi dado
pelos colonizadores, mas principalmente por considerarmos a afirmação da
Palavra de Deus: “Do Senhor é a terra e a
sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam” (Sl 24.1).
A aceitação da concepção da
cidade como sendo do Salvador Jesus Cristo, implica em que seus moradores são
alvos do grande amor de Deus (João 3.16) e que, por conseguinte, têm a
oportunidade de fazerem de suas vidas território amorosamente governado pelo
mesmo Salvador e Senhor. Além disso, viver numa cidade que é do Salvador impõe
a todos o dever de administrá-la, desfrutar de suas belezas e cuidar de suas
múltiplas riquezas, principalmente da maior delas, que são seus habitantes, de
um modo compatível à vontade do seu dono. Salve, Salvador!
*Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Batista do Nordeste, licenciando em Pedagogia pela Universidade Federal da Bahia e pastor da Igreja Batista do Costa Azul
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