sábado, 3 de setembro de 2011

PASTORAL: Os Gritos da Nação

OS GRITOS DA NAÇÃO

Embora a historiografia moderna negue a Independência do Brasil da forma como é apresentada pela história clássica, muitos episódios relacionados a ela, são tradicionalmente aceitos. Um deles é o “Grito do Ipiranga”, por meio do qual, em 7 de setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga, D. Pedro I teria declarado a Independência do Brasil, com o célebre brado: “Independência ou morte!”.

Na semana em que comemoramos a Independência pela 189ª vez, é possível notar que outros tantos gritos são ouvidos no Brasil. Alguns celebram o desenvolvimento econômico e o papel de destaque do nosso país no cenário mundial, obtidos nos últimos anos. Muitos outros ecoam indesejadamente, como resultado da dor, do medo, do desespero de uma sociedade que geme ante a opressão, a corrupção, o abandono, a escravidão e a falta de Deus.

Há aqueles gritos que são até dados em nome de Deus, prometendo abolir a dor que faz a nação gemer, apesar de só conseguirem afugentar os que sofrem para mais longe do Senhor. Outros gritos são como que pedras clamando, diante do silêncio daqueles que, mais legitimamente, poderiam bradar mais alto e serem mais eloqüentes, se unissem a prática ao discurso.

Diante desse quadro, nossa voz precisa se fazer ouvir. De um modo que não aumente a poluição sonora de que o nosso povo é vítima, provocada pela mentira da falsa religiosidade. De um modo que desperte os que estão adormecidos empedernidamente em sua indiferença espiritual (Ef 5.14) e, ao mesmo tempo, faça descansar nos braços de Deus os que estão aflitos e exaustos como ovelhas que não têm pastor (Mt 9.36).

Nosso grito precisa ser o eco do brado que Cristo deu na cruz, quando afirmou: “Está consumado!” (João 19.30). Que, assim como aconteceu com o Filho de Deus, não é ouvido pelo volume medido em decibéis, mas pelo tanto de amor envolvido nele, e com que o reproduzimos em nossas atitudes (Rm 5.8; I João 3.16-19). Nosso grito não deve conter a estridência estéril do mero ativismo religioso. Nosso grito precisa ser o altissonante e agradável som produzido pela vida que se relaciona verdadeira e amorosamente com Cristo. O som das palavras e das ações que atrai os ouvintes a Jesus. Um grito capaz de emudecer o mal e amplificar o bem em nosso Brasil.

Em Cristo, seu pastor, Idenilton Barbosa

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